Um dia de rebelião, não de descanso! Um dia
não ordenado pelos indignos porta-vozes das instituições, que trazem os
trabalhadores encadeados! Um dia no qual o trabalhador faça suas próprias leis
e tenha o poder de executá-las! Tudo sem o consentimento nem a aprovação dos
que oprimem e governam. Um dia no qual com tremenda força o exército unido dos
trabalhadores se mobilize contra os que hoje dominam o destino dos povos de
todas as nações.
Um día de protesto contra a opressão e a
tirania, contra a ignorância e as guerras de todo tipo. Um día para começar a
desfrutar de oito horas de trabalho, oito horas de descanso e oito horas para o
que nos der gana.
(Panfleto que circulava em Chicago em 1885)
Os trabalhadores não se deixaram abater,
todos achavam que eram demais as horas diárias de trabalho, por isso, no dia 5
de Maio de 1886, quatro dias depois da reivindicação de Chicago, os operários
voltaram às ruas e foram novamente reprimidos: 8 líderes presos, 4
trabalhadores executados e 3 condenados a prisão perpétua.
Mártires de Chicago: Parsons,
Engel, Spies e Fischer foram enforcados, Lingg (ao centro) suicidou-se na prisão. |
O 1º de Maio de Chicago se inicia com uma
greve vitoriosa. Sábado, fábricas, lojas, transportes, tudo está parado. Milhares
de trabalhadores marcham junto com a Federação Americana do Trabalho e os
Cavaleiros do Trabalho pela avenida Michigan até a praça Haymarkert.
Os imigrantes italianos, irlandeses, alemães,
poloneses e russos, identificam-se por suas roupas tradicionais. Homens,
mulheres, crianças acompanham a manifestação. A Guarda Nacional espalha-se
entre as esquinas e no alto dos edifícios. Na praça, oradores fazem seus
discursos em diferentes línguas. Parsons também fala, junto com sua esposa e
sua filha Lulu, de sete anos. Se os patrões não cedem, decidem manter a greve.
E todos voltam, unidos, decididos e em silêncio para suas casas.
3 de Maio, segunda-feira, a polícia atira contra
os operários em frente à fábrica McCormick Harvester. O resultado da repressão
policial: seis mortos, 50 feridos e centenas são levados para a prisão.
A praça Haymarket está lotada de grevistas em
luto. Spies, Parsons e Sam Fielden falam sobre a necessidade de manter a greve
pelas oito horas.
No final da manifestação, todos são
surpreendidos pela violência de 180 policiais que espancaram centenas de
trabalhadores.
De repente, uma bomba explode entre os
policiais. 60 são feridos e outros morrem logo em seguida. Era o sinal esperado
para o massacre.
A ordem é enviar mais policiais para a
repressão em massa. Ninguém escapa: homens, mulheres e até mesmo crianças. A
praça fica ensanguentada. Nunca se descobriu a quantidade exata de mortos, pois
a ordem foi fazer enterros clandestinos.
É decretado Estado de Sítio. O objetivo dos
patrões e do governo: destruir a liderança e derrotar o movimento pelas oito
horas de trabalho.
trabalhadores,
espancar os familiares, ameaçar quem continuasse a greve. Dedo-duros infiltram-se no movimento grevista e indicam os lutadores
mais aguerridos para serem acusados pelo atentado à bomba.
A farsa tinha sido montada para levar à
julgamento os oito líderes: August Spies, Sam Fielden, Oscar Neeb, Adolph
Fischer, Michel Schwab, Louis Lingg e Georg Engel e Albert Parsons.
21 de junho de 1886. Durante o julgamento, a
farsa é desmontada. As provas e as testemunhas são falsas. Mas, a justiça é
comandada pelos patrões. Os oito líderes do movimento pelas oito horas já
estavam condenados antes de chegar ao tribunal. Um dos jurados dá a sentença:
Que sejam enforcados.
São homens demais desenvolvidos,
demais inteligentes,
demais perigosos
para os nossos privilégios.
9 de outubro de 1886.
Sentença final.
Cinco são condenados à morte: Parson, Engel,
Fischer, Lingg e Spies.
Dois são condnados à prisão perpétua: Fielden
e Schwab.
Um é condenado à quinze anos de prisão: Neeb.
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